A empatia do Evangelho

“Num sábado, Jesus entrou na casa de certo líder fariseu para tomar uma refeição. E as pessoas que estavam ali olhavam para Jesus com muita atenção. Um homem, com as pernas e os braços inchados, chegou perto dele. E Jesus perguntou aos mestres da lei e aos fariseus: A nossa lei permite curar no sábado ou não? Mas eles não responderam nada. Então Jesus pegou o homem, curou-o e o mandou embora. Aí disse: Se um filho ou um boi de algum de vocês cair num poço, será que você não vai tirá-lo logo de lá, mesmo que isso aconteça num sábado? E eles não puderam responder.” 
(Lucas 14:1-6)


Umas das coisas que enxergo neste texto é empatia.
Empatia é ‘ação de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias’.

Foi o que Jesus fez, compadeceu-se dos pecadores, colocou-se no lugar deles, essa é uma das coisas mais lindas do Evangelho.

Cristo não amou de longe, Ele não simplesmente viu a dor, ele passou por ela; Ele não simplesmente viu as tentações, Ele foi tentado; Ele não simplesmente veio fazer um ato heroico pela humanidade, Ele veio padecer, Ele amou de perto. E é isso que Ele nos convida a fazer: Amar de perto.
Em toda a Bíblia Deus vai atrair ao homem para conversão, e um desses pontos é mudar nossos interesses. Por sua natureza pecaminosa o homem tem tendência a desejar o que desagrada ao Senhor e o trabalho do Espirito Santo é nos converter para que nossos “desejos” e “interesses” mudem para agradar a Deus. No texto citado acima vemos claramente o que Jesus faz com o homem que está doente e o que Ele diz para os outros homens que o observa.

“A nossa lei permite curar no sábado ou não? Mas eles não responderam nada. Então Jesus pegou o homem, curou-o e o mandou embora. Aí disse: Se um filho ou um boi de algum de vocês cair num poço, será que você não vai tirá-lo logo de lá, mesmo que isso aconteça num sábado?”

Os fariseus tinham a intenção de acusar a Jesus de desobedecer à lei, eles não estavam preocupados ou interessados em fazer o que era certo e sim em acusar. Esse é o nosso grande problema, as intenções do nosso coração, o pecado enraizado em nós, a iniquidade. E o mais triste é que muitas vezes usamos a “lei” para nos justificar em não fazer o bem. Parece confuso ver os fariseus usarem a lei de Deus para se negarem em fazer o bem dizendo que essa é a vontade de Deus, mas na verdade é a intenção do coração que está errada, pois se fosse do nosso interesse fazer o bem, a lei não seria interpretada de forma que nos favorecesse.

Vou explicar melhor. Em nossa sociedade existem os marginais, que são aqueles que se encontram á margem da sociedade, pois praticam algo que é contra a moral, ética e princípios de um determinado lugar. A Lei nos manda afastar-nos dessas pessoas para que não venhamos sofrer algum tipo de violência física ou mental. Suponhamos que você está andando na rua e um marginal te aborda, voluntariamente você ficará assustado, talvez com medo e a sua reação é querer se afastar o mais rápido possível desta pessoa, mas acontece algo que te constrange, essa pessoa só te pede um pão pois está morrendo de fome. Os fariseus diriam que a lei manda você se afastar dessa pessoa e deixar ela com fome, pois não é licito ajudar alguém desse tipo. Já o Evangelho produz empatia por essa pessoa. Jesus não perguntaria por que Ele estava com fome e nem o que Ele fez, Ele simplesmente daria o pão. Ele se compadeceria, sentiria a fome que aquela pessoa estava sentindo, sentiria a dor de ser rejeitado que aquela pessoa tem, e é isso que devemos fazer, nos colocar no lugar do outro e gemer junto com Ele. Isso não é desprezar a Lei, é cumpri-la, por que a Lei não veio para favorecer os nossos interesses e sim para nos mostrar aquilo que é certo e aquilo que é errado. Se não existisse Lei o homem estaria se destruindo sem saber o que seguir. O fato de você ter empatia pelo outro não é ir contra Lei, mas cumpri-la, porque no momento que você tem empatia pelo outro, o outro tem oportunidade de ter sua vida transformada, ele vai saber que não está sozinho e pode voltar para o caminho de vida.

Não devemos encurtar nossas mãos e sim estendê-las. Não sãos os fortes que precisam e sim os fracos, os rejeitados, os oprimidos, os doentes e foi para todos esses que Jesus veio e se compadeceu.

Naturalmente não sentimos vontade de estar com pessoas fracas, queremos sempre o poder, sempre o pódio, sempre o lugar das estrelas, mas é no momento em que estamos com os pobres que vemos a manifestação da glória de Deus em transformar um oprimido em um liberto! Liberto para fazer a vontade de Deus! Que neste dia você contemple a empatia do Evangelho e deixe o Espirito Santo converter seus interesses, sua prioridades, seus desejos e suas intenções, só Ele tem poder para manifestar glória em nossas vidas!

E M P A T I A:
Não é sentir pelo outro, mas sentir com o outro. Quando a gente lê o roteiro de outra vida. É ser ator em outro palco. É compreender. É dizer "eu sei como você se sente". É quando a gente não diminui a dor do outro. É descer até o fundo do poço e fazer companhia pra quem precisa, não é ser herói, é ser amigo.
É saber abraçar a alma. 
- João Doederlein

Com amor,
Shirley Costa
Mande um e-mail para: shirleycosta16@hotmail.com

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