O que a empatia tem a ver com ser cristão?

"E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis." 

  

                                        - 1 Pedro 3:8

Hoje em dia, com a popularização das redes sociais e a facilidade de divulgação e expressão dos pensamentos individuais e coletivos, algumas palavras tem ganhado destaque na problematização de assuntos diversos, aumentando nosso vocabulário e deixando muitas pessoas em dúvida quanto ao seu significado. Uma dessas palavras é na verdade um conceito, a empatia.


Do grego empatheia, “paixão”, a empatia pressupõe uma comunicação afetiva com outra pessoa e é um dos fundamentos da identificação e da compreensão psicológica de outros indivíduos. Em outras palavras, seria o exercício de buscar interagir percebendo a situação vivida por outra pessoa, a capacidade de se colocar no lugar do próximo de forma objetiva e racional.


Mas o que isso tem a ver com a religião? Tudo. A empatia leva as pessoas a ajudarem umas às outras. Está intimamente ligada ao altruísmo – amor e interesse pelo próximo – e à capacidade de ajudar. Isso parece familiar, não? Quando um indivíduo consegue sentir a dor ou o sofrimento do outro ao se colocar no seu lugar, ele logo muda seu comportamento diante daquela pessoa/situação.


Quando lemos a famosa passagem da bíblia onde Jesus nos diz “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros (Jo 13,34)”, estamos falando de empatia.


Jesus disse essas palavras antes que se iniciasse a sua Paixão, momento em que Ele fez um discurso de despedida. Imagine, então, o quanto elas são importantes e valorosas! Se ninguém se esquece das palavras ditas por um pai antes de morrer, quanto mais, quando se trata das palavras de Deus.


Amar ao próximo como a si mesmo. Parece e é um ato grandioso, de coragem, forte e muitas vezes complicado. Mas, se pararmos para pensar, o que Deus quer de nós está também nos esforços empregados nas coisas pequenas, no dia-a-dia.


Amar o próximo, ter empatia, é não fazer para o outro o que você não gostaria que fosse feito a você. Passe a enxergar a vida como um espelho. Diante de uma briga, respire fundo antes de dizer palavras que podem magoar. Coloque em prática a sua compreensão. Sorria para as pessoas. Dê bom dia a quem você vê na rua. Ajude o mais necessitado, seja com o seu tempo, com bens materiais, ou com um gesto de carinho. Respire e conte até dez nos momentos em que perder a paciência, e não deixe que o estresse diário e as longas jornadas de trabalho atrapalhem seus relacionamentos, sejam eles com sua família, amigos, ou até mesmo com a atendente do banco ou a recepcionista do escritório.


Essas ações podem mudar as pessoas porque as desarmam. Um gesto de amor tem o poder de gerar uma reação em cadeia de novos comportamentos e percepções. Ter empatia é amar o seu próximo, respeitá-lo diante de suas limitações e possibilidades, do contexto em que ele vive e de sua história. É enxergá-lo como um todo, e não como uma pequena peça dentro de nossa vida. O amor tem o poder de despertar o que há de melhor em nós. Quando agimos com empatia estamos sendo cristãos, estamos aceitando nossa humanidade, falha, mas também estamos assumindo a responsabilidade constante em tentar ser melhor.


Atualmente os julgamentos são fáceis, deixar de respeitar o pedido que Ele nos deixou, parece corriqueiro. Nós, infelizmente, passamos a enxergar o outro não como um irmão, que merece ser compreendido e amado, mas como um rival, como oposição, um estranho. Logo, para fazer valer o pedido do Pai, a empatia se faz necessária.



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Com humildade, 

Lavínia da Hora. 

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